Cristiano Ronaldo: «Sinto-me bem em ser quem sou»

Cristiano Ronaldo acredita que vai conseguir mostrar que vale os cerca de cem milhões de euros que o Real Madrid pagou por ele. Em entrevista ao «El País», o extremo falou do que é ser o CR9, de popularidade, dinheiro e sobre quem poderá ser o próximo melhor jogador do mundo. Ou melhor, evitando "votar" em si mesmo, o jogador luso contornou essa questão: «Não sei. Se digo um... Tenho muitos amigos. A FIFA que decida. Messi? Também pode merecer. Porque não?»

É fácil ser Cristiano Ronaldo?
«Sim, porque já estou adaptado à minha vida. Há momentos para tudo: para o futebol, para nos divertirmos, para estarmos com a família. Sinto-me bem em ser quem sou. Claro que, às vezes, não é fácil, mas esta é a minha vida e estou adaptado a ela.»
Ter sido a mais cara contratação não limita Cristiano Ronaldo. O extremo gosta que lhe façam elogios, mas está consciente de que nunca existirá unanimidade: «Deus, que é Deus, não agrada a todos e eu também não vou agradar. Estou tranquilo e vou provar a mim mesmo, à minha família e a quem me contratou que valho o que pagaram por mim. Só tenho de trabalhar e dar o meu melhor.»
Ronaldo preferiu não se alongar em considerações sobre dinheiro. Logo, não respondeu de forma directa quando lhe perguntaram se concordaria com a existência de um tecto salarial no futebol: «Não quero falar sobre isso. Cada um tem o que merece.»
Giggs, no ManUtd, e Raúl, no Real Madrid, são dos poucos jogadores que criaram raízes nos clubes em que estão. Ronaldo recordou que os tempos são outros: «Existem muito poucos casos em que os jogadores ficam num clube por mais de 15 anos. São casos que se contam pelos dedos de uma mão. Mas temos de dar valor a esses jogadores, porque não é fácil crescer num clube e manter-se aí até terminar a carreira. Hoje em dia é muito difícil que isso aconteça. Os jogadores que jogam cinco ou seis anos num clube não jogam com prazer, jogam para dar o seu melhor e ganhar. Foi isso que fiz no Manchester e é isso que farei aqui.»