sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Ronaldo e Veloso: dois modelos do novo protótipo de futebolista


O novo protótipo de futebolista de sucesso está definido: um jogador que renda no campo e fora dele. E neste momento há dois portugueses que dão cartas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Cristiano Ronaldo e Miguel Veloso. À habilidade e talento para jogarem futebol juntam também rosto e corpo bonitos para venderem publicidade.

Em termos comparativos, Miguel Veloso está ainda a anos-luz de Cristiano Ronaldo, mas promete ser grande a aposta de marcas nacionais e internacionais no jovem jogador do Sporting. E já a curto prazo. Segundo o DN sport apurou, o futebolista e quem gere a sua carreira estão neste momento a estudar várias propostas nesse sentido.

A aposta na não cedência dos direitos de imagem aos respectivos clubes está cada vez mais em voga e Cristiano Ronaldo e Miguel Veloso são exemplos claros. O craque do Manchester tem a Gestifute, do empresário Jorge Mendes, a tratar da sua vida extrafutebol, ao passo que o médio leonino também não cedeu os direitos de imagem ao Sporting, no novo contrato, preferindo ser ele a geri-los.

É, de facto, um novo protótipo de jogador. O futebolista que pensa na vida dentro dos relvados e fora deles. E a verdade é que os dividendos são imensos, que o diga David Beckham, que ganha mais em publicidade do que em honorários do seu clube. Ronaldo também já arrecada alguns milhões por ano, mas segundo Simon Fuller, mentor da carreira de Beckham, pode auferir ainda mais.

"O futebol está mudado. Não se pode ser apenas jogador de futebol e depois optar pela carreira de jogador. Têm de pensar mais além e jogadores como Ronaldo têm possibilidades incríveis de rentabilizar a sua imagem. Cristiano Ronaldo pode ser igual a Beckham e penso que as pessoas que gerem a sua carreira sabem disso mesmo, pois estão a rentabilizar a sua carreira no futebol e fora dele. E acredito que o podem fazer ainda mais", disse Simon Fuller ao DN sport, criticando depois aqueles que dizem que os jogadores deveriam limitar-se a jogar futebol.

"Isso já não existe. Não prejudica rigorosamente nada. Aliás, se o fizesse os próprios clubes criariam cláusulas especiais para os proibirem de fazer isto ou aquilo. São experiências novas, é verdade que se ganha bom dinheiro, mas acredito que os jogadores que optam por rentabilizar a sua imagem não pensam em dinheiro. Ronaldo e Beckham não precisam de mais dinheiro. Precisam é de novos horizontes e a publicidade é também uma fuga ao stress do futebol", salientou o empresário que também já ouviu falar, e viu, Miguel Veloso: "Não posso falar muito, mas já o vi e já ouvi falar muito dele. É uma cara que vende, não tenho dúvidas. Ambos são bons vendedores e o novo protótipo de jogadores de sucesso em vários campos", referiu.

As incompatibilidades

Mas se a aposta de alguns jogadores é também fora dos relvados, a verdade é que há quem critique. Octávio Machado, ex-treinador do Sporting e FC Porto, diz mesmo que há incompatibilidades entre o futebol e o sector publicitário.

"Ou jogam ou vendem publicidade. São duas actividades tão diferentes e não são complementares. São jogadores muito bem pagos, por isso não vejo qualquer tipo de necessidade", salientou Octávio Machado ao DN sport, dando depois um exemplo do que ele considera um caso de insucesso a nível desportivo.

"É um caso muito especial e que diz tudo. O Real Madrid, dos galácticos, apostou na imagem dos jogadores e que resultados deu? Zero! Há muita incompatibilidade, penso que é prejudicial para a carreira dos jogadores", referiu.

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